terça-feira, 3 de novembro de 2020

DONA FOSCA E PAULA HÉLVIA - PROFESSORAS DO CAMOCIM


                            Escola Brown Boveri, 1963, São Paulo. Fotografia de Hans Gunter Flieg / Acervo Instituto Moreira Salles.

As memórias são excelentes fontes para a história. No mínimo são rastros que podem nos levar a interessantes caminhos para a história de uma cidade. 
É o que acabo de ler no livro "O mundo que eu vi.blog" do granjense Agenor Bevilaqua, editado por ele em 2008. Em suas reminiscências, traz um pouco de sua vida de estudante em Camocim, nas crônicas "Dona Fosca" e "Anos de Mudança". Em ambos os escritos, o autor confessa sua paixão de "jovenzinho sempre propenso a se apaixonar por sua professora" (p.77).
Para o historiador, fica a "deixa" para investigar um pouco mais sobre estas professoras que atuaram na cidade entre as décadas de 1930 a 1940.
Por enquanto, fiquemos com as lembranças de Agenor sobre "Dona Fosca" e Paula Hélvia Camargo Lima. Ele dedica um espaço maior para Dona Fosca Casarotti Farias, descendente de italiana, "paulista de Santo André" que, na Revolução de 1930, apaixonou-se por um soldado, "natural de Camocim, Hermenegildo Farias, apelidado de Manin, pobre e 9 anos mais velho que ela. Soube que Dona Fosca era filha de pais abastados no ABC paulista e que deixara sua família e sua terra para acompanhá-lo"(p.40).
Resta saber o que um camocinense estava fazendo em São Paulo para se tornar soldado da Revolução de 1930 e como encontrou uma paulista com ascendência italiana.
Mais de 40 anos depois, Agenor tenta localizar a antiga professora e acabou achando seu esposo que lhe deu a informação: "que minha musa falecera, vítima de tifo no dia 02 de abril de 1933, na cidade de Massapê. Ela estava acompanhando o marido em suas andanças a trabalho" (p.41).
Com relação à Paula Hélvia, Agenor a descreve como "não tendo a beleza de Fosca, mas era amável e para mim adorável, como fora a outra" Numa viagem que fizera a Camocim em 1938, para tratamento de saúde, reviu a professora e lhe deu um livro de presente, que o mesmo não lembra "se foi 'O Bobo' ou 'Eurico, o Presbítero'" de Alexandre Herculano.(p.77).
Com suas recordações, Agenor Bevilaqua acabou colocando na histórias mais duas mestras na história da educação de Camocim.

Fonte: BEVILAQUA, Agenor. O mundo que eu vi.blog.  São Paulo, 2008. Fonte: http//omundoqueeuvi.blog.com.


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