sábado, 8 de outubro de 2016

VI SETEMBRO CAMOCIM - XXIV. A PESCA ARTESANAL EM MACEIÓ-CAMOCIM

Maceió é uma vila de pescadores de Camocim. Ultimamente observa-se uma diminuição da pesca artesanal. A matéria abaixo elenca os problemas que acarretam essa diminuição e traça um perfil desta brava vila de pescadores em  nosso município.


by Leiliane do Nascimento Sousa
Aluna do Curso de História PARFOR/UVA/Camocim







Praia do Maceió. 2016. Camocim-CE.
Foto: Leiliane Sousa.
A Praia do Maceió era conhecida como a vila de pescadores, onde a principal fonte de recursos para as famílias da comunidade e o único fator econômico era a pesca artesanal. Conforme foi se implantando melhorias na infraestrutura da região como, por exemplo, a construção de uma estrada asfaltada, ocorreram mudanças socioeconômicas, principalmente a crescente presença do turismo, melhorando assim o acesso e abrindo caminhos para as descobertas de belezas naturais, tornando a pequena vila em um ponto turístico da cidade. 
Hoje a vila passou a ser conhecida internacionalmente como Praia do Maceió, despertando interesses e trazendo investidores estrangeiros para comunidade.
A vila que vivia apenas da pesca artesanal passou a desenvolver uma nova atividade econômica: o turismo. Com isso. a mesma foi sendo desvalorizada por alguns moradores, e pelos filhos dos pescadores, sendo que muitos preferem valorizar o que o turismo tem a oferecer do que preservar a cultura e a memória da comunidade. Os traços da pesca encontrados hoje na localidade, são cultivados pelos poucos pescadores existentes, como: canoas expostas, pequenas pesqueiras que são usadas para guardar alguns dos materiais utilizados na pesca (redes, a vela da canoa, motores, e caixas para armazenar gelos e pescados) as mesmas são construídas de materiais próprios da região.
A pesca artesanal foi diminuindo sua produção desde 1988, cerca de 70% junto ao trabalho dos pescadores. Sendo que a praia do Maceió, foi uma das praias que mais produziu pescados da região. Porém hoje a realidade é outra, pois os moradores locais estão se adequando a uma realidade imposta pelo o setor econômico desenvolvido pelo turismo, deixando de lado a prática da pesca artesanal tão valorizada e sinônimo de fartura e equilíbrio cultural.

Segundo o Sr. Sebastião Ferreira de Sousa, pescador e nativo da comunidade, desde 1995 houve mudanças na condição de vida dos moradores. Hoje, cada morador tem uma qualidade de vida bem melhor, mas por outro lado surge uma grande preocupação: alguns dos nativos não querem mais preservar a cultura e a memória do lugar. “É motivo de tristeza ver que alguns dos nativos, não querem mais cultivar a pesca artesanal”.
O desejo do Sr. Sebastião e de alguns moradores é que a situação da comunidade continue melhorando, mas que os nativos não abandonem e nem deixem acabar a pesca artesanal. E que ela permaneça e seja valorizada por todos que vivem na comunidade, representando a cultura e a memória da Praia do Maceió.

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