Quando Murilo Rocha Aguiar tomou
assento na Assembleia Constituinte de 1947 já era o terceiro
político do clã dos Aguiar a ter uma cadeira naquela casa
legislativa. Na Legislatura de 1947, seu sogro, o Coronel Antonio de
Carvalho Rocha (Tonico Rocha), pai de sua esposa Maria Stela
Rocha Aguiar, também era deputado constituinte. Murilo Aguiar foi o
segundo filho do casal Vicente de Paula Aguiar e Iracema
Rocha Aguiar e quando nasceu em Camocim, havia quatro meses que tinha
irrompido a Primeira Guerra Mundial. No seu percurso de
estudos, realizou os estudos primários em Camocim. Depois estudou em Fortaleza no
Colégio Castelo Branco e, posteriormente ingressou no Seminário em Sobral onde
continuou os estudos secundários, até 1928.
Ainda muito jovem, "dedicou-se
ao comércio, estabelecendo-se em 1931 em Reriutaba (antiga Santa Cruz), de onde
se transferiu em 1932 para Camocim, ali constituindo a firma individual
Murilo Aguiar, uma das mais importantes do norte do Estado, tornando-se, ao
mesmo tempo, figura de prol da sociedade, no seio da qual desfruta de
arraigadas simpatias e de todo o conceito".
Devido a sua desenvoltura exerceu
vários cargos na comunidade camocinense como diretor da Associação dos
Retalhistas, Presidente da Associação Comercial e do Banco
Auxiliar Agrícola, Camocim Clube, dentre outros. Fundou a Voz
de Camocim.
Depois da experiência como deputado
entre 1947-1950 onde foi membro da Comissão de Indústria e Comércio e
Segundo Secretário em 1950, foi prefeito de Camocim entre 1954-1957.
Posteriormente retornou à Assembleia
Legislativa como deputado eleito nas legislaturas de 1958, 1962, 1966 e
1982. Nesta última legislatura aconteceu o infausto que causou sua
morte:
Quando da renovação da Mesa Diretora
da Assembleia Legislativa em 1985, apresentaram-se à disputa dois candidatos:
Murilo Aguiar e Castelo de Castro. O primeiro, apoiado pelo Governador do
Estado, Gonzaga Mota, enquanto Castelo de Castro recebia o beneplácito da
oposição e do Presidente da Casa, Aquiles Peres Mota. A previsão do resultado
de empate favorecia o mais velho, no caso Murilo Aguiar. A votação decorreu em
clima dos mais tumultuados na história do Legislativo Cearense. Quase no final
da apuração, o Presidente concluiu pela anulação de um voto favorável a Murilo
Aguiar, determinando a vitória de Castelo de Castro. Não suportando o impacto
do resultado, viu-se acometido de infarto do miocárdio, falecendo logo após
atendimento hospitalar. Como homenagem dos deputados, foi dado o seu nome ao
Auditório da Assembleia Legislativa do Ceará. Como homenagem dos deputados, foi
dado o seu nome ao Auditório da Assembleia Legislativa do Ceará. Murilo
Aguiar faleceu, em Fortaleza, a 1° de março de 1985, antes de concluir seu
mandato.
Trinta e um anos depois os jornais
cearenses trazem os bastidores de mais uma disputa pela Presidência da Mesa
Diretora da Assembleia Legislativa do Ceará que envolve um membro da Família
Aguiar, desta vez, um dos netos de Murilo, Sérgio Aguiar (PDT),
atual primeiro secretário que, com o atual presidente Zezinho
Albuquerque, também do PDT, próxima quinta-feira, 01 de dezembro de
2016. Que tudo ocorra dentro da tradição
Fontes:Deputados Estaduais: 16ª legislatura, 1963-1966. Fortaleza: INESP, 2006. p.161. Jornal O Estado, 24/11/2016. |
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