Bloco do Treco. Camocim-CE.1967. Fonte: Arquivo Aroldo Viana. |
Das lembranças que tenho do carnaval de rua de
antigamente em Camocim, uma que não me sai da cabeça é o Bloco dos
Marítimos, puxado pelo incansável Saraiva e seu apito ensurdecedor. Ficar nas
calçadas e janelas da Rua do Egito para ver os blocos passarem era a minha maior diversão.
Na postagem de hoje o destaque é para o Bloco do
Treco (foto) que animou as ruas e os bailes nos anos 1960. Referido bloco era formado por rapazes e moças de classe média. Segundo um dos seus ex-integrantes, Aroldo Viana, o maior rival deles era do
Bloco dos Marítimos. Nesta mesma época tinha ainda os blocos:
“Odaliscas do Rei Salomão, Vai-quem-quer, Não dô cavaco, Bloco do Zorro, Os
Intocáveis, União, Zombando do Azar, dentre outros.
Ainda sobre o carnaval de
rua, ficou para a posteridade uma crônica do saudoso escritor camocinense Arthur
Queirós, da qual reproduzimos este trecho:
No carnaval de outrora, em Camocim, apareciam muitos
blocos populares, carnaval de rua. Eram de estivadores, dos portuários, dos
salineiros, dos pescadores, dos marítimos e vários outros, que recebiam até,
estímulo da prefeitura, mediante premiação aos que melhor se apresentassem,
mediante a classificação de criteriosa comissão julgadora.
Portanto, vários blocos foram
fundados e animaram o período momino sem esquecer do onipresente "Bloco
dos Sujos" que, segundo ainda nosso cronista, os foliões “[...] passavam tisna de
panela no rosto todo, nessas ruas todas e iam parar lá na casa de João Luís de
França, que tinha o nome de rua do Suvaco, imagina que nome, e ali era a farra".
Bom carnaval e que nos divirtamos em paz.
Fontes:QUEIRÓS, Artur. Coisas e fatos. O Literário, Ano II, edição 8, fevereiro de 2000, p.3. Camocim-CE.
VIANA, Aroldo. Bloco do Treco. O Literario, Ano IV, edição 04, julho-agosto/2002 p.4. Camocim-CE.
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