quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

OS CARNAVAIS DE OUTRORA - PARTE III

Bloco do Treco. Camocim-CE.1967.  Fonte: Arquivo Aroldo Viana.

Das lembranças que tenho do carnaval de rua de antigamente em Camocim, uma que não me sai da cabeça é o Bloco dos Marítimos, puxado pelo incansável Saraiva e seu apito ensurdecedor. Ficar nas calçadas e janelas da Rua do Egito para ver os blocos passarem era a minha maior diversão.
Na postagem de hoje o destaque é para o Bloco do Treco (foto) que animou as ruas e os bailes nos anos 1960. Referido bloco era formado por rapazes e moças de classe média. Segundo um dos seus ex-integrantes, Aroldo Viana, o maior rival deles era do Bloco dos Marítimos. Nesta mesma época tinha ainda os blocos: “Odaliscas do Rei Salomão, Vai-quem-quer, Não dô cavaco, Bloco do Zorro, Os Intocáveis, União, Zombando do Azar, dentre outros.
Ainda sobre o carnaval de rua, ficou para a posteridade uma crônica do saudoso escritor camocinense Arthur Queirós, da qual reproduzimos este trecho:

 No carnaval de outrora, em Camocim, apareciam muitos blocos populares, carnaval de rua. Eram de estivadores, dos portuários, dos salineiros, dos pescadores, dos marítimos e vários outros, que recebiam até, estímulo da prefeitura, mediante premiação aos que melhor se apresentassem, mediante a classificação de criteriosa comissão julgadora.

Portanto, vários blocos foram fundados e animaram o período momino sem esquecer do onipresente "Bloco dos Sujos" que, segundo ainda nosso cronista, os foliões “[...] passavam tisna de panela no rosto todo, nessas ruas todas e iam parar lá na casa de João Luís de França, que tinha o nome de rua do Suvaco, imagina que nome, e ali era a farra". 
Bom carnaval e que nos divirtamos em paz.

Fontes:QUEIRÓS, Artur. Coisas e fatos. O Literário, Ano II, edição 8, fevereiro de 2000, p.3. Camocim-CE. 
 VIANA, Aroldo. Bloco do Treco. O Literario, Ano IV, edição 04, julho-agosto/2002 p.4. Camocim-CE. 

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